O livro que temos diante de nós, O tempo da medicina, procura combater os problemas próprios à medicina contemporânea por meio de uma retomada radical de seu caráter essencialmente hermenêutico. Assim, o subtítulo narrativas médicas do lugar existencial do médico às tensões históricas da medicina indica justamente o quanto a medicina não apenas se constrói a partir de um arranjo espaço-temporal do que acontece no encontro sempre descomunal entre o eu e o tu, mas também precisa lidar constitutivamente com as determinações históricas que são próprias de todos os fenômenos humanos em geral. O livro de Carlos Pompilio, por isso, nos leva a refletir sobre os dilemas da ação médica no tempo que se pode chamar hoje sem medo de o tempo da medicina.